quarta-feira, 14 de maio de 2014

Sabias que os dados pessoais que partilhas nas redes sociais são copiados e vendidos a empresas?



Gostos e preferências, locais que frequentamos, fotografias nossas, de amigos e familiares, posições políticas e religiosas, a nossa localização em tempo real. Basta um clique e qualquer um tem acesso a muita informação sobre nós e que nós próprios divulgamos na internet e nas redes sociais. O que acontece a todos estes dados?

Acabamos por perder o controlo sobre os dados por nós publicados na internet, que podem ser facilmente copiados, distribuídos ou mesmo vendidos a bancos, companhias de seguros e outras empresas para efeitos de marketing e outros fins. É muito difícil de apagar o que publicamos, já que as contas são desativadas e não eliminadas. 

Nos EUA é crescente o número de jovens que recorre aos tribunais para mudar de nome. Querem livrar-se da informação e comportamentos associados aos perfis que criaram nas redes sociais e que, aparentemente, os prejudicam quando procuram emprego. Os jovens começaram a usar a internet muito cedo… Devemos ter muito cuidado com a informação que divulgamos a nosso respeito, pois factos inofensivos numa dada fase da vida – na idade da «inocência» – podem vir a ser comprometedores se utilizados noutro momento e noutros contextos. A verdade é que não é possível apagar o passado na internet. Há um rasto que fica para sempre.

Também é por isso que se fala no «direito ao esquecimento». novo regulamento da proteção de dados pessoais na União Europeia (UE) deverá ser aprovado ainda este ano e traz novas obrigações e responsabilidades para as empresas no que diz respeito ao tratamento desses dados. Entre outras, aquelas serão obrigadas a assegurar que os dados pessoais, incluindo os que foram partilhados por terceiros, serão efetivamente eliminados mediante pedido do titular.
O «direito ao esquecimento» assenta no princípio de que os cidadãos devem ter o direito de controlar os dados que as empresas e organizações têm armazenados a seu respeito e também os que circulam na internet e nas redes socais. São os chamados ficheiros de dados pessoais que facultamos quando subscrevemos um serviço, mas também pode ser um perfil ou uma conta de e-mail, as informações e comentários feitos por terceiros, entre outros dados. 
Mas o Facebook, por exemplo, opõe-se ao «direito ao esquecimento» alegando impossibilidade técnica de eliminar os dados. A empresa diz que qualquer informação ou documento que tenha sido partilhado na rede pode já ter sido copiado e distribuído por terceiros.

Há uma nova indústria em expansão, que vive do comércio dos dados pessoais. Atualmente, porventura a matéria-prima de maior valor económico que se afirma na esfera competitiva mundial são os dados, o chamado big data. As empresas da economia da informação são principalmente norte-americanas – a Amazon, a Yahoo, a Google, o Facebook, o Ebay, o Twitter, etc – e vivem da exploração dessa quantidade incalculável de informação que está armazenada em ficheiros informáticos ou que circula online. O interesse económico deste negócio é tamanho que estas empresas estão entre as mais cotadas da bolsa de valores dos EUA e já se fala numa nova gold rush (febre do ouro). A economia americana beneficia muitíssimo com a economia digital.


Como é que nos podemos proteger de alguns destes perigos?
O uso da informação que fornecemos tem menos a ver com riscos individuais generalizados do que com o novo tipo de economia e de sociedade que está a emergir. Os especialistas dizem que a única solução para proteger a privacidade é não colocar informação online. Claro que isto hoje é quase impossível. Por isso, sempre que tiver dúvidas sobre os efeitos ou consequências de uma informação que pense partilhar online, por precaução, o melhor é não partilhar.

Para muitas empresas, os dados pessoais são o ouro do século XXI.

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